Plantas de Sombra

abril 23, 2023

    Morando em apartamento praticamente uma vida inteira, acabamos descobrindo as melhores plantas para ficar na sombra. Aquelas que não precisam de muito sol para crescer firmes e fortes e continuam lindas, verdes e trazendo um pouco mais de paz e natureza para dentro dos nossos lares.

    Quero então compartilhar com vocês um pouco da minha experiência com essas belezinhas da resistência, as plantas para ambiente interno, sombra e pouca manutenção, que preferem luz indireta. Vou listar as minhas três favoritas para vocês conhecerem!


1. Zamioculcas (ou Zamioculcas zamiifolia)

Planta para interiores sombra interno zamioculcas

    As Zamioculcas são minha nova paixãozinha, estou com uma e já planejo fazer mudinhas. Ela é de fácil manutenção então não vai morrer se você esquecer de dar água para ela por uma semana! Quanto ao seu tamanho, quanto maior o vaso você a plantar, mais cresce, podendo se moldar ao espaço que você tem.


    Suas folhas são brilhantes com aparência de enceradas, bem verdes, com o caule ficando marrom à medida que amadurece. A Zamioculca é tóxica para os animais então é preciso tomar cuidado e longe do alcance deles.


    Você pode fazer mudinhas através dos bulbos, que nascem ao redor de sua raiz ou pelas próprias folhas, tomando cuidado para não quebrar.


    Para cuidar dela, mantenha sempre na sombra e luz indireta e veja se a terra está seca antes de molhar. Ela costuma reter muito bem a umidade.


2. Jibóia


    A Jibóia é uma das plantas que me conquistou, temos 3 aqui em casa e mais 2 mudas aguardando para serem plantadas. Planta linda e resistente, tem um efeito mármore que a deixa mais parecendo decoração!

    Ela, diferente da Zamioculca não fica na sombra porque é prefere, ela precisa de luz indireta ou fraca, pois suas folhas delicadas queimam facilmente sob sol forte e direto. Então a sombra é a casa delas. Um pouco menos resistente que o primeiro lugar dessa lista, pois resiste menos tempo sem água, mas, ainda assim, aguenta bem alguns dias.

    Faça muda com os nós de seus caules, dele saem as raízes!

Muda de Planta Jiboia sombra ambiente interno fácil

    Lembrando que ela também é tóxica e deve ser mantida longe dos animais da casa!


3. Samambaias




    As samambaias são lindas, verdadeiros xodós das casas brasileiras, mas, tenho que admitir que, dessa lista, é minha menos favorita. Como as Jibóias, tente não levar ela para o sol direto, ela precisa da sombra. E de água. Ela precisa de muita água e adubo. Por demandar uma manutenção maior, até mesmo de poda e ser mais difícil de propagar, ela ainda é uma beleza que traz alegria a qualquer ambiente!

    Cuidado com as lagartas, amam as folhas da Samambaia! Já tive experiências ruins com esse ponto... Me desfiz de uma lindíssima pois estava enfestada de lagartas e eu não sabia mais o que fazer.

    Para propagar, esfregue as folhas com delicadeza para soltar as sementes (pontinhos pretos). Não fique triste se não funcionar direito, elas são mais difíceis mesmo.

Samambaia planta sombra interior propagação


    Espero que tenham gostado de conhecer essas belezinhas! Vou deixar aqui para vocês uma lista das coisas que eu uso no dia a dia do meu jardim de apartamento e aprovei!



Um Sonho Possível

abril 22, 2023

Um Sonho Possível (Resenha do Filme The Blind Side) com Sandra Bullok

    Esse final de semana assisti um filme que apareceu no shorts do YouTube para mim. Você conhece Um Sonho Possível? O nome original é The Blind Side. O filme não é novo, é de 2009 e eu já havia assistido o trailer antes e me interessado, mas, esqueci e não assisti. Espero que essa publicação seja o gatilho necessário que te faça assistir à essa história como o shorts foi para mim. Porque só me arrependo de não ter assistido antes.

    Baseado na história de vida de Michael Oher um jogador de futebol americano da NFL, Um Sonho Possível ou The Blind Side, traz diversas críticas à sociedade norte americana, válidos até hoje, algumas sutis outras, nem tanto. Eu não conheço muito sobre esse esporte, mas, Michael teve a vida narrada por Michael Lewis, em 2006 no livro The Blind Side: Evolution of a Game

The Blind Side Um sonho Possível filme Sandra Bullok

    O filme começa apresentando Big Mike, que mais tarde menciona que não gosta desse apelido, provavelmente porque o lembra de sua mãe, que o chama assim durante o filme. Michael é tímido e você consegue acompanhar o desenvolvimento do personagem ao longo da trama através dessa característica. Um questionamento que me surgiu foi, será que Michael quase não fala porque ninguém queria realmente conversar com ele? Ele se torna mais falante à medida que mais pessoas ao seu redor realmente se interessam e se dirigem à Michael.

    Vindo de uma infância complicada, diversos lares semi-adotivos, poucas relações saudáveis e traumas bem enraizados, Michael traz outra característica que reforça o tratamento com o qual é dirigido na maior parte de sua vida. Michael é negro e grande. Isso o torna alvo de todos os tipos de comentários ofensivos, preconceitos, bullying e antipatia. A atuação de Quinton Aaron foi certeiro quando nos faz pensar que Mike simplesmente desistiu de lutar, com sua apatia, mas, os olhos demonstram todos os tipos de sentimentos.

    A cena da lavanderia, logo no início, me acertou em cheio quando percebi, que ele ainda não desistiu. Ele só tem 2 camisas e ainda sim, vai até a lavanderia para tentar um espaço na máquina de lavar de um desavisado e lavar suas roupas. Me fez questionar se diante de tudo que ele passou, se eu ainda me daria ao trabalho.

The Blind Side Um sonho Possível filme cena lavanderia

    Mike então conhece o filho de Leigh Anne, SJ, um menino de uns 8 anos que é falante, alegre e sabe se conectar com as pessoas. O ator mirim foi perfeito aqui, trouxe vida à narrativa, não ficou forçado e trouxe vida ao personagem que seria o estopim para a mudança de Oher. Eles se conectam e então conhecemos os outros membros da família. A forma como as relações vão se desenvolvendo é de dar um nó no coração e os atores conseguem dar vida à essa evolução com sutileza e realismo. Sandra Bullok chegou a ganhar vários prêmios de Melhor Atriz por causa de sua atuação em Um Sonho Possível.

    Várias mensagem são trazidas aos espectadores, além das principais que o filme se propõe, de maneira muito sutil e interessante. Sobre o que é ser um professor, sobre a hipocrisia do que se prega na religiosidade e o que de fato se vive, superficialidade das relações, machismo e maternidade. The Blind Side é tão rico que vale assistir mais de uma vez para reparar as nuances.

    Leigh Anne e sua família acabam acolhendo Mike e se expondo à uma realidade que eles nem imaginavam existir. A trama então se desenvolve nos personagens descobrindo e reconhecendo uma nova perspectiva que balança seu modo de olhar a vida e os relacionamentos que eles tinham como próximos e certos.


The Blind Side Um sonho Possível filme cena mesa thanksgiving


    Leigh Anne, que posteriormente viria a adotar Michael, é uma mulher incrível, ela demonstra decisão quando precisa, pulso firme, opinião formada, mas, demonstra suas fragilidades para a família, se consulta com o marido, pede a opinião e ajuda da filha. Para os outros é uma muralha forte, e assim se coloca até para Mike, até o final, quando ele finalmente a vê chorar e entendemos, ele agora, é oficialmente, seu filho.

    Outra cena que gosto muito é quando estão todos prontos para almoçar no dia de Thanksgiving e o único a sentar na mesa é Michael, vemos então, toda a família se reunir e, realmente, conversar, sem a televisão para atrapalhar. E pequenos diálogos ao longo do filme demonstram pequenos remendos que são feitos entre as relações, fazendo da família, nitidamente, mais forte e unida. Como uma frente única. Como se a chegada de Mike, fosse a peça que faltava para firmar o quebra-cabeça dessas relações. 

    Esse filme me fez chorar, sorrir e questionar. Por mais que existam diversos pontos a serem analisados e muitos tópicos trazidos, não é um filme pesado, mas é denso. Ouvi falar que o livro traz algumas diferenças, mas, nunca vi uma adaptação cinematográfica que não disseram o mesmo.

    Recomendo esse filme e com certeza, voltarei a assistir.

    Para saber mais sobre os atores e o filme, ele está no site IMDB.


    ⤷ O livro que inspirou o filme está disponível na Amazon: The Blind Side: Evolution of a Game

    ⤷ Também fiz uma resenha do encantador filme O Grande Hotel Budapeste aqui no blog!

    


Questionável.

abril 22, 2023

    Esses dias eu estava pensando naquela antiga máxima de que precisamos realizar três coisas antes de partir desse mundo.

    E em como não falamos mais sobre elas.

    Segundo a crença popular, devemos plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho antes de morrermos. Conheço algumas pessoas que não planejam completar nenhum destes itens. Isso faz delas mais perdidas do que as que seguem o script? Ou quem segue o script é que está perdido porque precisa de uma lista feita, por outras pessoas, para regular a própria vida? Ou ainda, um terceiro caso, pessoas que não fazem pelos outros, mas, porque acham filosófico, e são taxadas de sem auto-crítica por seguir uma crença popular? Por que o mundo é tão complexo e as pessoas são tão juízas da vida alheia?

    Por que buscamos pessoas que não seguiram roteiro, pensaram fora da caixa, para fazer igual? Isso não quebra o próprio conceito de não seguir uma receita? Precisamos de inspirações ou instruções? Ao mesmo tempo, não é valorizada aquela pessoa que lê o manual e consegue  o sucesso rápido, com menos esforço e desgaste, porque seguiu o simples e otimizou o tempo? Bom, acho que então podemos entender que tudo depende. O destino final é de fato o que almejamos para nossas vidas ou fomos influenciados a pensar que seria o melhor?

    E quando o que é melhor para nós, de fato é o que sugeriram e não uma ideia extravagante que tínhamos por falta de vivência? Perdemos tempo? Será que fazer todas essas perguntas me aproxima mais de uma mente menos influenciável ou me faz sempre correr em círculos sem chegar à respostas? Eu gostaria de fazer todas as três coisas da lista. Elas se encaixam em partes diferentes do meu quebra-cabeça. Se conectam, individualmente, ao meu todo.

    Cuidar das plantinhas no meu pequeno apartamento me faz tão bem. Cheiros de orvalho, frutas, temperos, terra molhada. Fazer, intrinsecamente, parte do processo de criação daquele bem estar que agora desfruta. A paz que um cheiro de limoeiro em uma manhã fresquinha e silenciosa pode trazer. Isso só imagino ainda, mas, se eu plantar um pé de limoeiro, posso descobrir.

    Tenho um amigo que escreveu um livro aos catorze anos de idade, e eu tenho ele aqui em casa ainda hoje. Na época, eu achei incrível e admirável. Ele nunca mais publicou nada. Na época, eu quis escrever um livro também. Mantínhamos uma certa competitividade amigável em outras áreas da vida, pode ter sido esse o gatilho. Como sempre gostei muito de ler, hábito que hoje retomo com muita alegria, é natural que a vontade de escrever surgisse também. Não pensei mais em escrever livros em si, mas, já estou eu aqui escrevendo uma postagem tão longa que muitos não vão ler até o final. Porque não, escrever um livro que poucos vão ler também?

    Quanto à filhos, eu sempre quis tê-los. Sonho com casas no campo, família grande, cachorros correndo no quintal, gatos nas estantes empoeiradas de livros, cheiro de frutas no jardim, crianças correndo na grama e sujando o chão limpo de verde, música baixa ao fundo e uma cozinha cheia de especiarias.

    Essa lista se encaixa naturalmente, como os instrumentos em uma sinfonia.


Obrigada por lerem até aqui.