Um Sonho Possível

abril 22, 2023

Um Sonho Possível (Resenha do Filme The Blind Side) com Sandra Bullok

    Esse final de semana assisti um filme que apareceu no shorts do YouTube para mim. Você conhece Um Sonho Possível? O nome original é The Blind Side. O filme não é novo, é de 2009 e eu já havia assistido o trailer antes e me interessado, mas, esqueci e não assisti. Espero que essa publicação seja o gatilho necessário que te faça assistir à essa história como o shorts foi para mim. Porque só me arrependo de não ter assistido antes.

    Baseado na história de vida de Michael Oher um jogador de futebol americano da NFL, Um Sonho Possível ou The Blind Side, traz diversas críticas à sociedade norte americana, válidos até hoje, algumas sutis outras, nem tanto. Eu não conheço muito sobre esse esporte, mas, Michael teve a vida narrada por Michael Lewis, em 2006 no livro The Blind Side: Evolution of a Game

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    O filme começa apresentando Big Mike, que mais tarde menciona que não gosta desse apelido, provavelmente porque o lembra de sua mãe, que o chama assim durante o filme. Michael é tímido e você consegue acompanhar o desenvolvimento do personagem ao longo da trama através dessa característica. Um questionamento que me surgiu foi, será que Michael quase não fala porque ninguém queria realmente conversar com ele? Ele se torna mais falante à medida que mais pessoas ao seu redor realmente se interessam e se dirigem à Michael.

    Vindo de uma infância complicada, diversos lares semi-adotivos, poucas relações saudáveis e traumas bem enraizados, Michael traz outra característica que reforça o tratamento com o qual é dirigido na maior parte de sua vida. Michael é negro e grande. Isso o torna alvo de todos os tipos de comentários ofensivos, preconceitos, bullying e antipatia. A atuação de Quinton Aaron foi certeiro quando nos faz pensar que Mike simplesmente desistiu de lutar, com sua apatia, mas, os olhos demonstram todos os tipos de sentimentos.

    A cena da lavanderia, logo no início, me acertou em cheio quando percebi, que ele ainda não desistiu. Ele só tem 2 camisas e ainda sim, vai até a lavanderia para tentar um espaço na máquina de lavar de um desavisado e lavar suas roupas. Me fez questionar se diante de tudo que ele passou, se eu ainda me daria ao trabalho.

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    Mike então conhece o filho de Leigh Anne, SJ, um menino de uns 8 anos que é falante, alegre e sabe se conectar com as pessoas. O ator mirim foi perfeito aqui, trouxe vida à narrativa, não ficou forçado e trouxe vida ao personagem que seria o estopim para a mudança de Oher. Eles se conectam e então conhecemos os outros membros da família. A forma como as relações vão se desenvolvendo é de dar um nó no coração e os atores conseguem dar vida à essa evolução com sutileza e realismo. Sandra Bullok chegou a ganhar vários prêmios de Melhor Atriz por causa de sua atuação em Um Sonho Possível.

    Várias mensagem são trazidas aos espectadores, além das principais que o filme se propõe, de maneira muito sutil e interessante. Sobre o que é ser um professor, sobre a hipocrisia do que se prega na religiosidade e o que de fato se vive, superficialidade das relações, machismo e maternidade. The Blind Side é tão rico que vale assistir mais de uma vez para reparar as nuances.

    Leigh Anne e sua família acabam acolhendo Mike e se expondo à uma realidade que eles nem imaginavam existir. A trama então se desenvolve nos personagens descobrindo e reconhecendo uma nova perspectiva que balança seu modo de olhar a vida e os relacionamentos que eles tinham como próximos e certos.


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    Leigh Anne, que posteriormente viria a adotar Michael, é uma mulher incrível, ela demonstra decisão quando precisa, pulso firme, opinião formada, mas, demonstra suas fragilidades para a família, se consulta com o marido, pede a opinião e ajuda da filha. Para os outros é uma muralha forte, e assim se coloca até para Mike, até o final, quando ele finalmente a vê chorar e entendemos, ele agora, é oficialmente, seu filho.

    Outra cena que gosto muito é quando estão todos prontos para almoçar no dia de Thanksgiving e o único a sentar na mesa é Michael, vemos então, toda a família se reunir e, realmente, conversar, sem a televisão para atrapalhar. E pequenos diálogos ao longo do filme demonstram pequenos remendos que são feitos entre as relações, fazendo da família, nitidamente, mais forte e unida. Como uma frente única. Como se a chegada de Mike, fosse a peça que faltava para firmar o quebra-cabeça dessas relações. 

    Esse filme me fez chorar, sorrir e questionar. Por mais que existam diversos pontos a serem analisados e muitos tópicos trazidos, não é um filme pesado, mas é denso. Ouvi falar que o livro traz algumas diferenças, mas, nunca vi uma adaptação cinematográfica que não disseram o mesmo.

    Recomendo esse filme e com certeza, voltarei a assistir.

    Para saber mais sobre os atores e o filme, ele está no site IMDB.


    ⤷ O livro que inspirou o filme está disponível na Amazon: The Blind Side: Evolution of a Game

    ⤷ Também fiz uma resenha do encantador filme O Grande Hotel Budapeste aqui no blog!

    


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